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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!

Que a estrela do Novo Ano ilumine teus dias e que o amor de Cristo esteja sempre em teu coração, para que tenhas um ano de paz e alegrias; que o tempo nunca te passe em vão, sem que a vida te ofereça uma oportunidade de olhar para um mundo novo a cada instante!
Saúde, esperança e muitas realizações!!

Com o carinho de Socorro Almeida e Sérgio Malta

Feliz Natal!

O Natal é símbolo de sonho, amor e compreensão
É motivo de alegria, de esperança de reflexão...
Mas tudo se faz nada,
Sem o consentimento do coração.
Que os anjos de Deus coloquem sobre ti e os teus, a capacidade necessária para a tolerância, a hombridade para o inexorável e a infinita sabedoria para o discernimento. Que a aurora de cada manhã prenuncie um lindo dia e cada estrela na noite, possibilite uma canção!
Feliz Natal e um Ano Novo de alegrias e realizações!!

São os votos de Sergio e Socorro

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Entrevista

Etrevista para os alunos do 8º e 9º ano do Colégio Monteiro Lobato em Paulo Afonso-BA - nov/2011

1- O que seria “Literatura de Cordel”?
S A – É um tipo de poesia popular que traz sempre uma narrativa cantada em versos de sete sílabas. Inicialmente era impressa em folhas soltas, depois passou a ser produzida em pequenos livros chamados também de folhetos, esses confeccionados a partir de papel jornal para baratear o custo, tendo, em geral, de 8 a 36 páginas, impressas no formato 11x16cm, na maioria das vezes, são comercializadas pelos próprios autores, contudo, já se encontra, essa forma literária, em livros e nos sites da internet. Porém sua característica predominante de difusão ainda é em folheto.
2- Qual a proposta do Cordel?
S A – A proposta inicial, era a informação e o entretenimento através de estórias, tanto baseadas em fatos reais quanto imaginárias. Uma das características desse tipo de produção é a manifestação da opinião do autor a respeito de algo sobre a sociedade em que vive. Tem uma temática infinda, versa com graça, ironia e traz sempre dados informativos a respeito do assunto tratado. Ao longo do tempo algumas de suas características foram sendo alteradas ....
3- Porque o nome “Cordel”?
S A - Apesar de ter se expandido por toda Europa, o Cordel ganhou um toque especial ao chegar no Nordeste do Brasil. Ele já foi produzido em folhas soltas e depois passou para o formato de livrinhos. No entanto, esses eram muito pequenos e fininhos e, portanto difícil de serem agrupados em prateleiras ou em mesas, pois não teriam visibilidade para a venda. Por outro lado o local de comercialização eram as feiras, quermesses e praças daí nasce o melhor jeito de vender os livrinhos que seria pendurados em cordões ou barbantes, por isso foi denominado cordel, em Portugal. O Brasil herdou a tradição, mas aqui ele pode ser encontrado pendurado em invólucros plásticos costurados especialmente para os livrinhos.
4- Como o Cordel desenvolveu-se numa perspectiva histórica?
S A – Ele começa como relatos orais e depois passam a serem escritos, foi uma das primeiras formas de poesia. A partir do século XVI houve a necessidade de imprimir os relatos orais e a poesia passou para o papel, esses seriam os chamados romanceiros. Os cordéis contam desde os fatos históricos até as histórias imaginadas. Ao chegar ao Brasil eles passam a servir de noticiário para os que moravam mais distantes, sendo por muito tempo o jornal dos que não tinham acesso a notícia de outra forma.
5- Qual a relação que o Cordel possui junto à sociedade?
S A – O Cordel nasce com a participação direta do povo, ele não discrimina raças ou classes sociais, era lido e feito por todos que admiravam a poesia. No Brasil, além de ser o principal meio de informação numa época em que não se tinha ainda o rádio e a televisão, ele também deu luz aos olhos dos que não conheciam as Letras, ou seja, foi através do livro de cordel que muitos aprenderam a ler, empolgados pela beleza das histórias, pela curiosidade de saber o final delas e até mesmo pela admiração de ver aqueles que contavam as histórias através do cordel. Assim, ele reunia grupos de pessoas nas comunidades, era um elo entre os vizinhos e familiares e proporcionava momentos agradáveis e bem humorados, mesmo aqueles que não tinham acesso aos artefatos citadinos. Dessa forma, o cordel se faz um grande aliado na escola para despertar o interesse pela leitura.
6- Qual é a função da Literatura Popular? Para quê servem a Poesia e a Literatura Popular?
S A – Não devemos esquecer que poesia é literatura. Não só a popular, mas qualquer poesia faz bem a alma, ao coração e ao corpo. Ela é, sem dúvida, um alimento precioso e eficaz na vida das pessoas. Ela também tem a missão de dar, ao leitor, uma visão ampliada do mundo e contribui para desenvolver a criticidade no indivíduo.

7- A Literatura Popular torna muito acessível o público leitor de classe baixa, como você analisa esse comportamento?
Na realidade ela nasceu sem classe social. Em tempos anteriores encontram-se poetas como Gil Vicente, Camões, Gregório de Matos, Bocage, que foram repentistas e adeptos dos versos de sete sílabas, assim como poetas de classes ditas inferiores. Como ela tem a característica de ver e contar o cotidiano, o presente, e não tem compromisso com o eruditismo, além disso tem um poder de encantamento extraordinário, encanta a qualquer classe. Tendo chegado no Brasil pela tradição luso-iberica foi se espalhando pelo interior do país e aos foi encantando o sertanejo, e hoje é feita em todo Brasil, tanto pelos poetas letrados quanto por aqueles que não participaram da vida acadêmica, um grande exemplo disso é Patativa do Assaré.
8- A literatura Popular não só colabora para a construção do conhecimento do indivíduo, como também, para despertar o lado crítico das pessoas, de que forma isto vem sendo trabalhado na nossa sociedade?
S A - Apesar de ainda sofrer preconceitos por muitos que não a conhecem bem, já é mais do que provado que ela, através do seu poder de encantamento, de persuasão, por sua variada temática e seu jeito simples de expressão pode chegar a qualquer pessoa e, sem dúvida, pode contribuir para a alteridade. Ela fala de fatos com criticidade e bom humor, possui uma carga de ironia que incita a cogniscidade e traz uma carga de informações e de conhecimento de mundo de forma direta e agradável. Ela encanta a criança e o adulto, por isso está hoje presente nas escolas.
9- A partir de algumas observações conseguimos perceber, que ultimamente a mídia vem dando ênfase a este tipo de Literatura, o que você pensa sobre a forma com que a mídia apresenta o cordel?
S A – A mídia é formada por veículos de comunicação muito poderosos e também deve ser vista com cautela. Sempre que algo aparece na mídia deve ser observado por vários ângulos, porque cada um que a representa é orientado por interesses próprios e o público fica a mercê desses propósitos, muitas vezes, vinculados à exploração da imagem de pessoas ou de empresas, cujos interesses quase sempre estão associados a lógica contraditória e desigual do desenvolvimento capitalista. Além disso, apesar de haver já certo reconhecimento da literatura popular, ainda se percebe no discurso midiático, mesmo que de forma velada, um certo preconceito com essa forma literária.
10- Sabemos que “você” é uma cordelista consagrada no meio acadêmico, como você se sente com esta valorização pessoal?
S A – Não me considero consagrada, ao certo sei que sou uma admiradora da poesia, particularmente aquela de vertentente popular e por isso, às vezes, me atrevo a fazer alguns versos. Só sei que a tenho como ela me tem em horas de êxtase anímico e me entrego, seja ao ler ou ao fazer a poesia.
11- Porque o encanto pelo cordel?
S A – Antes de tudo sou paraibana e uma nordestina não foge às suas raízes. Cresci ouvindo e lendo esse tipo de literatura, sonhei e fantasiei muitas vezes essas histórias e ainda menina fiz muitos poemas que pensava não ter valor algum. Cresci no interior, vivi em espaço rural, presenciei o homem no eito da lavoura e vi muitas histórias reais que preferia que fossem imaginadas. Tenho a alma ligada ao canto da poesia, essa é minha única certeza.
12- A entonação como é lido o Cordel e o ritmo da fala ajudam nesse encanto pela Literatura Cordelista?
S A – O ritmo, as rimas, os temas e a forma como trata os assuntos formam um conjunto que dá vida a literatura e provoca a atenção do leitor ou do ouvinte.
13- A partir de que momento em sua vida, surgiu a necessidade de passar a diante a grandiosidade dessa literatura?
S A – Não sei dizer quando. A literatura sempre esteve presente na minha vida e eu não sabia direito como fazer para conhecê-la melhor, até que alguém me indicou o curso de Letras e lá eu descobri que eu não a queria só pra mim, que eu precisava dizer para as pessoas o que é realmente a literatura e qual a importância dela para vida e acabei chagando aqui.
14- Quais foram os autores que mais te influenciaram? Cite alguns poetas e/ou escritores pelos quais você tem admiração.
S A – Citar é quase impossível, pois são muitos, mas só para não deixar em branco posso dizer que tive contato com a poesia de Zé da Luz e Leandro Gomes de Barros ainda menina e já os admirei. Lembro também que na minha infância alguém leu para mim e depois eu mesmo li o folheto intitulado “As aventuras do herói João de Calais”, essa história me marcou e passei a vida procurando por ele até que me deparei com ele reescrito, em 2002. Por outro lado tive um encontro muito cedo com Vinícius de Moraes, Drummond e com Luiz Gonzaga. Posso citar grandes poetas como Patativa do Assaré, Jessier Quirino, Manuel Monteiro, Zé Limeira, Quintana, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, entre outros e na prosa admiro tanta gente que não dá nem pra citar, mas posso colocar alguns especiais como Machado, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, entre outros estrangeiros que admiro bastante.

15- Patativa do Assaré é um poeta popular de um talento admirável, como você analisa o fato de não ser uma pessoa estudada para se apoderar de todos os recursos necessários para a produção literária? Nascemos poetas ou nos tornamos poetas?
O próprio Patativa responde quando diz que pra ser doutor se vai para Universidade, mas o poeta nasce feito. Acredito que temos uma predisposição e a vida, a experiência e a academia ajudam a lapidar isso. O poeta canta sem precisar de papel, a poesia nasceu oral e não escrita, então o talento poético cada um já o possui e vai aperfeiçoando. Se colocarmos nas mãos de um universitário um livro como Os lusíadas, de Camões, muitos não sabem por onde começar, ou talvez não consigam perceber a riqueza literária que tem a obra, no entanto, Patativa leu e criticou a literatura camoniana. Ele era admirador de Castro Alves por terem afinidades idealistas e leu e criticou vários outros poetas. Isso mostra que o interesse, a capacidade, e em se tratando da realidade atual, a não preguiça de pensar, é que fazem a diferença na hora da leitura.
16- Quem é a pessoa Socorro Almeida?
S A – Uma pessoa que tem paixão pelo que faz, que ama a literatura, que tem a sensibilidade a flor da pele e que é muito ranzinza às vezes. Sou uma pessoa ligada à família, gosto de privacidade, de solidão, sou bastante tímida e gosto de boa música.
17- Deixe uma mensagem a nós adolescentes, sobre a importância de mostrar e preservar a nossa cultura popular.
Quando pensamos em nós, no mundo, na natureza em geral, já estamos naturalmente, pensando a poesia. Ela é o resultado do sentimento, da percepção de mundo, do conhecimento e da capacidade de externalizar tudo isso. Portanto, cada vez que olhar para alguém, independente de quem seja e de onde esteja, se imagine no lugar desse alguém e com certeza você vai agir com muito mais inteligência, maturidade e terá mais chances de que suas ações estarão certas. A poesia está solta, ela pulula em toda parte, são os nossos olhos que devem captá-la.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Linguage dos oios (Patativa do Assaré)

Quem repara o corpo humano
E com coidado nalisa,
Vê que o Autô Soberano
Lhe deu tudo o que precisa,
Os orgo que a gente tem
Tudo serve munto bem,
Mas ninguém pode negá
Que o Auto da Criação
Fez com maior prefeição
Os orgo visioná.

Os óio além de chorá,
É quem vê a nossa estrada
Mode o corpo se livrá
De queda e barruada
E além de chorá e de vê
Prumode nos defendê,
Tem mais um grande mistér
De admirave vantage,
Na sua muda linguage
Diz quando qué ou não qué.

Os óios consigo tem
Incomparave segredo,
Tem o oiá querendo bem
E o oiá sentindo medo,
A pessoa apaixonada
Não precisa dizê nada,
Não precisa utilizá
A língua que tem na bôca,
O oiá de uma caboca
Diz quando qué namorá.

Munta comunicação
Os óio veve fazendo
Por izempro, oiá pidão
Dá siná que tá querendo
Tudo apresenta na vista,
Comparo com o truquista
Trabaiando bem ativo
Dexando o povo enganado,
Os óios pissui dois lado,
Positivo e negativo.

Mesmo sem nada falá,
Mesmo assim calado e mudo,
Os orgo visioná
Sabe dá siná de tudo,
Quando fica namorado
Pela moça despresado
Não precisa conversá,
Logo ele tá entendendo
Os óios dela dizendo,
Viva lá que eu vivo cá.

Os óios conversa munto
Nele um grande livro inziste
Todo repreto de assunto,
Por izempro o oiá triste
Com certeza tá contando
Que seu dono tá passando
Um sofrimento sem fim,
E o oiá desconfiado
Diz que o seu dono é curpado
Fez arguma coisa ruim.

Os óis duma pessoa
Pode bem sê comparado
Com as água da lagoa
Quando o vento tá parado,
Mas porém no mesmo istante
Pode ficá revortante
Querendo desafiá,
Infuricido e valente;
Neste dois malandro a gente
Nunca pode confiá.

Oiá puro, manso e terno,
Protetó e cheio de brio
É o doce oiá materno
Pedindo para o seu fio
Saúde e felicidade
Este oiá de piedade
De perdão e de ternura
Diz que preza, que ama e estima
É os óio que se aproxima
Dos óio da Virge Pura.

Nem mesmo os grande oculista,
Os dotô que munta estuda,
Os mais maió cientista,
Conhece a lingua muda
Dos orgo visioná
E os mais ruim de decifrá
De todos que eu tô falando,
É quando o oiá é zanoio,
Ninguém sabe cada óio
Pra onde tá reparando.

domingo, 16 de outubro de 2011

Os poemas

Os poemas


Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Fonte:
QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.


Uma maneira simples de dizer "coisas". Bjs!!!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Aos meus alunos e alunas e a todos os estudantes

Uma pequena reflexão

Andando pela estrada da vida
De repente entrei numa Casa
“Era uma casa muito engraçada,
Não tinha teto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede
Porque a casa não tinha parede
Mas era feita com muito esmero”
E especialmente para mim
Estava cheia de manjares e presentes;
E até então, eu não os havia percebido.
Comecei a olhar para todos os lados,
Fui adentrando ainda com receio,
Vi que havia no ar, ainda jovens,
Muitos pensamentos soltos que eu precisava juntar
Para alicerçar a casa e construir suas paredes.
Percebi, ao entrar, vários companheiros
Que estavam comigo no mesmo objetivo;
Só que, cada um, tinha sua própria Casa para edificar e mobiliar.
Percebi, também, vários mestres que direcionavam o caminho
E nos ajudavam a colocar cada Tijolo no lugar.
Começamos a trabalhar em conjunto.
Aos poucos vi que, a cada Tijolo que colocávamos no lugar,
Era um pedacinho da casa que se edificava, e a cada trabalho mais árduo
Ou bronca dada pelos mestres, a casa ficava mais consistente
E nós ficávamos mais confiantes.
E assim...
De Tijolo em Tijolo,
A casa se edificou e, peça por peça,
A casa se mobiliou.
Hoje, aqui estamos para a despedida dos mestres e dos colegas
Para que possamos ser mestres de outros que pretendam, assim como nós,
Abrir a porta de suas casas para receber a mobília e edificar suas paredes
Com o único bem indestrutível, O CONHECIMENTO.

(Socorro Almeida)

Frases de Ralph Waldo Emerson

Oi pessoal! Aí vão algumas frases que são verdeadeiras lições de vida. Emerson foi poeta e filósofo dos EUA no século XIX. Bjs!

"É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas. É fácil, na solidão, viver do jeito que se quer. Mas o grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão".

"Adote o ritmo da natureza: seu segredo é a paciência."

"A recompensa de uma coisa bem feita é tê-la feito".

"A única maneira de ter um amigo é sendo um."

"Para cada minuto em que você está zangado, perde 60 segundos de bem-estar."

"A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Uma situação do dia-a-dia

Hoje, sete de setembro de 2011, dia da "independência" do Brasil é um bom dia para refletirmos sobre o país que queremos e o que temos. É um momento para analisarmos pequenas situações para ter uma visão ampla do mundo em que estamos. Só um exemplo seria saber como acontecem, no trânsito, tantos acidentes e tantas mortes por pouca tolerância, que faz o sujeito descer do seu majestoso carro e atirar no outro. Que tal observar como as pessoas agem com o carrinho de supermercado. Os colocam em qualquer lugar, sem pensar que o outro também precisa do espaço. Colocam-se entre as prateleiras sem se perguntarem se o outro precisa passar e ainda levam, sem necessidade, para o tumulto do lugar, a avó, a mãe ou o bebê para ter prioridade nas filas, fatos que acontecem também nos bancos e outros expedientes.

sábado, 20 de agosto de 2011

Literatura em Movimento: DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

Literatura em Movimento: DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA
Escrito por Maria do Socorro P. de Almeida -em Abril de 2003

A comunicabilidade do homem existe desde antes do nascimento, pois esse acontece em virtude do relacionamento de alguns órgãos que, ao trabalharem em conjunto, dão vida ao ser. Pensando assim, vê-se imediatamente a amplidão da comunicação, que para acontecer, cada indivíduo usa um determinado tipo de linguagem apropriada para ser entendida pelo seu interlocutor.
Com a imensa variedade de linguagens existentes, se faz necessário algo que ajude a entendê-las, separá-las, estudá-las e explicá-las posteriormente, assim, criou-se uma ciência que se dedica ao assunto, a Semiótica.
Entenda-se por semiótica o estudo de todas as linguagens em geral e, sendo a linguagem algo mutável, a semiótica é um processo em crescimento, é a investigação em progresso de acordo com a linguagem do universo. Sendo o homem um ser insaciável, que vive a procura de explicações, a semiótica faz parte desta sede de conhecimentos que move a humanidade. No século XX, o homem torna-se testemunha do nascimento de duas ciências da linguagem: A linguística, ciência da linguagem verbal e a Semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem.
A linguagem verbal é aquela em que há comunicação através da fala e da escrita. A semiótica vai mais além, ela parte deste princípio até a linguagem impensável. Em todo e qualquer ato do homem há comunicação e automaticamente uma linguagem. O bebê ao nascer não sabe falar e nem por isso deixa de se comunicar, porque, no uso dos sentidos sabe-se o que ele quer.
Agora imagine um indivíduo ao acordar, lê o jornal, liga a TV ou o rádio, pega um ônibus, que ele sabe qual é, porque houve uma comunicação visual. Chegando ao local de trabalho: dá bom dia, fala ao telefone, usa o fax, escreve memorandos, usa o computador e, na volta para casa e para no sinal, porquê? Porque algum tipo de linguagem lhe disse para parar. Na estrada ele sabe onde deve ou não parar, aonde deve ou não entrar, porque há uma comunicação imediata entre ele e as placas de trânsito, por isso elas são tão importantes, pela falta de uma delas pode se perder uma vida.
O surdo-mudo não fala e, na maioria das vezes, usa a linguagem dos acenos. Os animais também se comunicam entre si e com o próprio homem, pois esse sabe, por exemplo, quando um cão quer carinho, quando quer comida ou quando quer atacar-lhe.
Dessa forma, a linguagem é um fenômeno tão amplo que seria impossível relacionar todas as formas. A linguagem existe desde sempre, na pré-história o homem já desenhava símbolos nas pedras, com um sentido de comunicação. A dança é um tipo de linguagem e é mais usada do que muita gente pensa. Em algumas tribos indígenas o homem fazia a dança do acasalamento para conquistar a mulher, as abelhas usam a dança para se comunicar. Todo movimento feito pelo homem é, sem duvida, um tipo de linguagem, a fotografia, a pintura, a escultura, o teatro, sem falar nos códigos universais da comunicação: o sorriso e o olhar.
Depois desse relato é difícil imaginar o homem sem comunicação e a semiótica abrange a tudo que é permitido ao homem como forma de linguagem. Assim, tomou seu espaço como uma das mais importantes ciências, ela mostra a capacidade do ser humano na busca do seu “eu” e a grandiosidade deste ser, que nada mais é, do que a criação da comunicação entre Deus e o universo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reflexão através de Clarice Lispector

Clarice Lispector

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos...
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas q amaram...
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas q não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam... Já tive crises de riso quando não podia...
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva...
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse...
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar...
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros...
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros... Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz...
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava...
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali"...
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando q não cairia mais...
Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava...
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda...
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri q não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim... Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre...
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!...
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão...
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes ...
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A todos os mestres e mestras com carinho

SER PROFESSOR
(Socorro Almeida – 09/2009)

Ser professor é ver o outro e no outro e respeitar as diferenças.
Ser professor é plantar uma semente.
E regá-la incessantemente todos os dias.
Ser professor é renunciar o orgulho e a prepotência
E saber que nunca pode saber tudo;
É ter sempre em si, algo para dar
Mesmo quando acha que está esgotado.
Ser professor não é ensinar, mas conduzir;
É não segurar, mas tentar aparar numa possível queda.
Ser professor é ser, antes de tudo, ouvinte;
É olhar para todos os lados, e não de cima para baixo;
É buscar uma saída por mais sério e difícil que seja o problema.
Ser professor é doar-se sem que o outro nem perceba;
É doar a voz mesmo aos que não querem ouvir;
É fazer pensar mesmo aqueles que nunca pararam pra pensar que são seres pensantes.
Ser professor é dar condição de vida;
É bronquear quando necessário e afagar quando merecido.
Ser professor não é saber, mas procurar aprender.
Ser professor é dizer a verdade mesmo que ela doa de vez em quando.
Ser professor é discordar se for para encaminhar para o bem, afinal,
o filho também ama ao pai que diz não.
O aluno não quer um amigo professor e sim um professor amigo.
Ser professor é ser pai, mãe, psicólogo, amigo e, acima de tudo, “professor”.
Ser professor é instigante.
Ser professor é importante.
Ser professor é ser feliz e dar o mundo.
Ser professor é ser mais, é ir além.
Ser professor é ...

domingo, 26 de junho de 2011

O poeta maior da literatura portuguesa

Eu cantarei de amor tão docemente

Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
(Luiz Vaz de Camões)
Abraços!!

domingo, 19 de junho de 2011

A poesis de Rosa

"Digo: o real não está na saída nem na chagada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia."

"Vivendo, se aprende; mas o que se aprende,mais, é só a fazer outras maiores perguntas".

"A morte de cada um já está no edital."

"Um menino nasceu, o mundo tornou a começar."

"Mas eu gostava de Diadorim para saber que esses gerais são formosos".

"Diadorim é a minha neblina".

" A vida é muito discordada. Tem partes. tem artes. Tem neblina de Siruiz. Tem as caras todas do Cão, e as vertentes do viver."
(Guimarães Rosa)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fernando Pessoa

Hoje, 13 de junho de 2011 seria o 123º aniversário de Fernando Pessoa e gostia de compartilhar com você alguns dos pensamentos desse grande poeta:

"A única atitude intelectual digna de uma criatura superior é a de uma calma e fria compaixão por tudo quanto não é ele próprio. Não que essa atitude tenha o mínimo cunho de justa e verdadeira; mas é tão invejável que é preciso tê-la".


"Tenho o dever de me fechar em casa no meu espírito e trabalhar quanto possa e em tudo quanto possa, para o progresso da civilização e o alargamento da consciência da humanidade".



"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus." :- Fonte: Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos;


Basta Pensar

Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Viver é não conseguir.


Fernando Pessoa

Beijos!!!!!!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Rodoviárias em algumas cidades

Faz algum tempo que viajo todas as semanas, morava em Recife (PE) e trabalhava em Paulo Afonso (BA). Atualmente moro em Campina Grande (PB) e continuo trabalhando em P.A. Alem disso, devido a profissão de professora e a necessidade de de participar de eventos em várias cidades, muitas rodoviárias são pontos de passagem nas minhas andanças quando ópito pelo ônibus. Dessa forma gostaria de compartilhar com meus leitores minha indgnação perante a situação caótica dos terminais rodoviários em muitas cidades, entre elas Caruaru, Recife, Campina Grande, Garanhuns, entre outras. Os terminais rodoviários do Estado de Pernambuco estão em petição de miséria. Não há, nem de longe, o cuidado com a limpeza, não há sabão para lavar as mãos, o lixo se acumula e os banheiros não são lavados diariamente, não tem papel toalha e muitas vezes falta também o papel higiênico. O o mau cheiro toma conta de todo ambiente. Isso não é um caso isolado, nem é uma vez perdida, eu visito essas rodoviárias todas as semanas, no mínimo duas vezes e a situação é a mesma sempre. Quanto a estrutura, não se pode falar em banho pois é quase impossível. Em se tratando de Caruaru, uma cidade que recebe turistas e também é passagem para muitas cidades do Nordeste e do Sul e Sudeste, uma cidade relativamente grande deveria ter uma rodoviária a altura. Como uma cidade que diz ter o maior São João do mundo pode ter uma rodoviária tão imunda e tão desestruturada, tanto no que condiz a alimentação quanto no abrigo dos passageiros? Não tem nem lugadigno para sentar, ela conta apenas com um banco de cimento, o qual está sempre ocupado por inteiro, tanto pelos passageiros quanto pelas bagagens. Considero isso uma falta de respeito com os transeuntes que necessitam parar nesse lugar, mesmo que seja por poucos minutos, pois qualquer tempo que se passe ali é desagradável. Se chega em Garanhuns a situação não muda muito, é só ver pra crer. Isso seria o mínimo se o famoso TIP do Recife fosse muito diferente, mas estruturalmente deixa a dever muito e a limpeza deixa a desejar. Pra tomar um banho ou você molha toda sua bagagem dentro do banheiro ou simplesmente não tem onde colocar e ainda tem que trocar de roupa na frente de outras pessoas. Poderia ficar aqui falando de outras, mas uma pergunta não quer calar, como esse país vai sediar uma olimpíada e uma copa do mundo? As pessoas não andam só de avião e além do mais os aeroportos brasileiros ... é melhor nem comentar...
Obrigada!! Boa Páscoa para todos!!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Big brother

"Para muitos, o maior malefício trazido à cultura pelos meios de comunicação de massa tem sido a banalização cultural e a redução da realidade à mera condição de espetáculo". (Marilena Chauí)

Aproveitando a deixa de Chauí, gostaria de chamar atenção para um fator interessante no que condiz ao big brother, "instrutivo" programa que, sem dúvida, pode contribuir bastante com a família brasileira no que concerne a educação dos seus jovens e adolescentes. Primeiro, reflitamos sobre a hipocrisia de se achar que as dez horas não há crianças ou adolescentes assistindo a esse belíssimo exemplo de "esculhambação" e desrespeito a nossa inteligência. Nunca se viu tanto palavrão, tanta falsidade, tanta falta de respeito ao outro em todos os sentidos. Isso nos leva a pensar: porque será que a Globo pode??? Até quando vamos ficar fadados a ver nossos jovens terem esse tipo de programação como exemplo de vida?

Os meios de comunicação nos colocam contra a parede, nos vendem o que querem sem nos dar opção de escolha. Enchem a cabeça das crianças, jovens e adultos de fantasia, de ilusão e os levam a querer o que não podem, pela forma como as coisas são mnostradas e conduzidas até o público em geral.

os patrocinadores do big brother, sem dúvida, pensam em mostrar o seu produto e, para isso dão ao imperio (Globo) o carro, a moto, ou outro presente qualquer para que ela repasse aos brotheres e em troca ficará o nome e a marca desse patrocinador em evidência durante o programa. Mas será que esses objetos não estariam sendo melhor usados se fossem doados às instituições de caridade, ou mesmo vendidos para ajudar as vítimas das chuvas, das secas e de outras castátrofes que assolam o país?

A vida das pessoas passou a ser motivo e tema de programas e reportagens. Os dramas familiares e individuais viram motivo de comentários, perdem o valor por serem banalisados pela mídia. O brotheres colocam ali sua intimidade, seu orgulho próprio, deixam de se respeitar enquanto pessoas, jogam fora seus pudores e amores em troca da possibilidade de ganho de quantia em dinheiro ou de alguns dias de fama. Usando uma frase de Saramago "Por que dobram? Por que se dobram as pessoas? Por que se dobram? Porque?