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sábado, 20 de agosto de 2011

Literatura em Movimento: DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

Literatura em Movimento: DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA

DUAS PALAVRAS SOBRE A SEMIÓTICA
Escrito por Maria do Socorro P. de Almeida -em Abril de 2003

A comunicabilidade do homem existe desde antes do nascimento, pois esse acontece em virtude do relacionamento de alguns órgãos que, ao trabalharem em conjunto, dão vida ao ser. Pensando assim, vê-se imediatamente a amplidão da comunicação, que para acontecer, cada indivíduo usa um determinado tipo de linguagem apropriada para ser entendida pelo seu interlocutor.
Com a imensa variedade de linguagens existentes, se faz necessário algo que ajude a entendê-las, separá-las, estudá-las e explicá-las posteriormente, assim, criou-se uma ciência que se dedica ao assunto, a Semiótica.
Entenda-se por semiótica o estudo de todas as linguagens em geral e, sendo a linguagem algo mutável, a semiótica é um processo em crescimento, é a investigação em progresso de acordo com a linguagem do universo. Sendo o homem um ser insaciável, que vive a procura de explicações, a semiótica faz parte desta sede de conhecimentos que move a humanidade. No século XX, o homem torna-se testemunha do nascimento de duas ciências da linguagem: A linguística, ciência da linguagem verbal e a Semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem.
A linguagem verbal é aquela em que há comunicação através da fala e da escrita. A semiótica vai mais além, ela parte deste princípio até a linguagem impensável. Em todo e qualquer ato do homem há comunicação e automaticamente uma linguagem. O bebê ao nascer não sabe falar e nem por isso deixa de se comunicar, porque, no uso dos sentidos sabe-se o que ele quer.
Agora imagine um indivíduo ao acordar, lê o jornal, liga a TV ou o rádio, pega um ônibus, que ele sabe qual é, porque houve uma comunicação visual. Chegando ao local de trabalho: dá bom dia, fala ao telefone, usa o fax, escreve memorandos, usa o computador e, na volta para casa e para no sinal, porquê? Porque algum tipo de linguagem lhe disse para parar. Na estrada ele sabe onde deve ou não parar, aonde deve ou não entrar, porque há uma comunicação imediata entre ele e as placas de trânsito, por isso elas são tão importantes, pela falta de uma delas pode se perder uma vida.
O surdo-mudo não fala e, na maioria das vezes, usa a linguagem dos acenos. Os animais também se comunicam entre si e com o próprio homem, pois esse sabe, por exemplo, quando um cão quer carinho, quando quer comida ou quando quer atacar-lhe.
Dessa forma, a linguagem é um fenômeno tão amplo que seria impossível relacionar todas as formas. A linguagem existe desde sempre, na pré-história o homem já desenhava símbolos nas pedras, com um sentido de comunicação. A dança é um tipo de linguagem e é mais usada do que muita gente pensa. Em algumas tribos indígenas o homem fazia a dança do acasalamento para conquistar a mulher, as abelhas usam a dança para se comunicar. Todo movimento feito pelo homem é, sem duvida, um tipo de linguagem, a fotografia, a pintura, a escultura, o teatro, sem falar nos códigos universais da comunicação: o sorriso e o olhar.
Depois desse relato é difícil imaginar o homem sem comunicação e a semiótica abrange a tudo que é permitido ao homem como forma de linguagem. Assim, tomou seu espaço como uma das mais importantes ciências, ela mostra a capacidade do ser humano na busca do seu “eu” e a grandiosidade deste ser, que nada mais é, do que a criação da comunicação entre Deus e o universo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reflexão através de Clarice Lispector

Clarice Lispector

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos...
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso...
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas q amaram...
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas q não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam... Já tive crises de riso quando não podia...
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva...
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse...
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar...
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros...
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros... Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz...
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava...
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali"...
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando q não cairia mais...
Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava...
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda...
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri q não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim... Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre...
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!...
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão...
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes ...
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!