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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Um poema de Manuel de Barros


RETRATO DE ARTISTA ENQUANTO COISA
Manuel de Barros

 
A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio,  que compra pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc
Perdoai.
Mas eu preciso ser outros.
Eu preciso renovar o homem usando borboletas