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domingo, 12 de agosto de 2012

O pós-estruturalismo - um ponto de vista

esse texto foi escrito em 2001, eu não tinha a maturidade de hoje, mas não quis mexer para não tirar a originalidade.


PONTO DE VISTA - A Liberdade do Pós-Estruturalismo
Por: Socorro Almeida. Escrito em 2001
A palavra liberdade, tão importante para os idealistas e de sentido tão amplo na atualidade, também tem seu momento de êxtase dentro da Literatura. Esse vocábulo ganha um novo sentido a partir do momento que há uma soltura na forma de expressão e de interpretação do texto. A Linguagem e a Literatura começam a ser vistas sem as amarras das estruturas. Com o Pós-Estruturalismo as palavras ganham, não só uma, mais um leque de possibilidades de significação de acordo com o contexto em que esteja inserida. Enquanto na teoria anterior via-se a produção literária através das estruturas com sua forma fechada, ignorando a multiplicidade de significações, Jackes Derrida traz, na teoria da desconstrução do Pós-Estruturalismo, a recriação a partir de cada signo, ou seja, a queda das estruturas vai dar vida a uma nova forma de produção e conseqüentemente de uma nova Crítica literária.
A significação agora não está presa a um significante, ela oscila intencionalmente ou não, o processo linguístico termina, mas a representação dele é infinita. Diante das possibilidades colocadas pelo Pós-Estruturalismo, o contexto é que vai dar significação e sentido as palavras e ao texto.
Essa crítica que nasce da subversão as regras vai abrir as portas para que o leitor adentre e construa, ele mesmo, o seu texto, a partir das lacunas deixadas pelo autor, ou seja, uma leitura analítica de uma obra não fecha as possibilidades, é apenas mais uma leitura, pois há sempre algo a ser descoberto. Cada palavra possui uma carga semântica de significação que chama por si só para uma interpretação. A Crítica quebra as construções linguísticas e dá ao signo autonomia sobre si mesmo, sendo esses significados infinitos, num movimento cíclico. A palavra transcende o seu próprio sentido e extrapola o significado, oscilando na rede do tecido textual, dando vida as várias interpretações.
O Pós-Estruturalismo, ao contrário do Estruturalismo, mostra uma linguagem sem limites, não estável e não fechada. Enquanto o Estruturalismo encerra o sentido do real, do pensamento e do sentimento no signo, o Pós-Estruturalismo mostra que a linguagem vai mais além, não é um jogo fechado, mas uma porta aberta para as múltiplas significações, pois não condiciona só ao material e ao semântico, mas também as ideologias. Enquanto as idéias Saussurianas fecham o signo entre o significante e o significado, a Crítica desconstrutiva vai separá-lo para libertá-lo e dar vasão a criatividade e a liberdade para interpretação desses significantes a partir do olhar de cada leitor.
Essa nova maneira de ver o texto vai ser aceita positivamente, pela liberdade de expressão e pela soltura das palavras e vai tornar-se uma das mais importantes dos tempos atuais, pelo fato de o texto não ser lido e sim reconstruído, reescrito cada vez que é analisado. O texto passa a ser dissecado por visões em diferentes ângulos. A Literatura vai abrir suas janelas para que cada leitor, de acordo com a sua visão e maturidade literária, observe, não através da fresta que o narrador lhe propõe, mas da janela que estiver ao seu alcance.
Pode-se dizer que o Pós-Estruturalismo é soltura das formas de expressões assim como das várias possibilidades de interpretações; é a desconstrução hierárquica da linguagem em prol de uma liberdade linguística, semântica, ideológica, social e política. O Pós-Estruturalismo traz toda complexidade da língua através das ambiguidades, antíteses, paradoxos que existem na escrita e escapam a qualquer sistema lógico, porque as palavras transcendem em si mesmas indo além do próprio sentido e enchendo o texto de possibilidades numa complexidade até hoje não explicada.

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