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sábado, 28 de janeiro de 2012

PENSAMENTOS ( Socorro Almeida)

PENSAMENTOS



Às vezes me pergunto o porquê do nosso corre-corre.
A vida do homem moderno se transformou em uma corrida atrás do “ouro”. Ouro esse, que tem seu sentido nas mais diversas formas.
É interessante pensar que nunca queremos parar...
E de repente paramos, mesmo sem querer ou esperar.
Mesmo sem ter completado nossas ações ou realizado o que aspiramos.
Isso me lembra uma frase de José Saramago: “Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais”.
Sem deixar-me guiar pela metafísica, mas, inevitavelmente já o fazendo, trago à baila, a intolerância que assolou o mundo contemporâneo e a reificação do homem em relação ao seu semelhante.
Esses pensamentos trazem questionamentos, aos quais não consigo dar respostas: o que buscamos na verdade, com essa velocidade desenfreada, às vezes rumo ao “nada”? Até que ponto nos mostramos dispostos a renunciar alguma coisa em prol do bem-estar do outro? Em que momento paramos para refletir nossos pensamentos ou ações? É a condição de infinitude humana que nos cega na busca dos nossos objetivos ou são os nossos lampejos de racionalidade e unicidade que nos conduz à cegueira ?
Questionamentos como esses nos levam até Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa): “A felicidade é sempre mais ou menos do que nós queremos”.
Em outro momento Pessoa afirma que o homem que não sonha, que não busca, é apenas “um cadáver adiado que procria”.
Concordo com os dois!
Com o primeiro por fazer uma constatação da essência humana. E com o segundo, por imaginar que precisamos sempre de uma meta, de um sonho, de um ideal, de algo que nos torne melhores.
Mas esse algo não deve ser simplesmente o bem material.
Muito menos, para obter algo que aspiramos devemos passar por cima do nosso semelhante, humilhar ou ignorar o outro por nos encontrarmos, em algumas situações, numa posição privilegiada.
São inúmeras indagações e argumentos que nos remetem a outros pensamentos: Florbela diz que ser poeta é “Morder como quem beija”. Esse ato pode não ser ósculo de sentir, mas a verdade dita sutil e docemente. Ao lado de Drumonnd vejo o mundo, “Mundo, mundo, vasto mundo” e Shimidt me diz que “Cada um existe uma vez só e não é substituído”.
Por outro lado, o mestre Gibran diz que “dar não é partilhar o que tem, mas dar de si para o outro”, em cuja frase percebo que se pode encaixar o professor, por achar que é um ser que se doa, que dá de si, dos seus conhecimentos para formação de outrem.
Então, Fernando Pessoa ajuda-me a perceber que “Baste o que basta o bastante de lhe bastar, a vida é curta e a alma é vasta” e eu finalizo a
fala de Pessoa dizendo: Ser é sonhar/Sonhar é querer/Querer é saber/Saber é pensar/Pensar é viver/Viver é amar intransitivamente...
Por: Maria do Socorro Pereira de Almeida, disponível em:

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